segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Editora Paulus publica artigo de Libânio que faz apologia ao ateísmo

O caminho 'sem Deus'


Eu me recordo da primeira vez que ouvi a palavra “retórica”. Eu tinha por volta de quinze anos e estava lendo Dom Casmurro. Em um certo momento do livro, Bentinho vai descrever os “olhos de ressaca” de Capitu (aliás, a expressão evocava-me então olhos inchados e olheiras profundas de quem passou a noite tomando um porre) e faz então a célebre súplica: «Retórica dos namorados! Dai-me uma compreensão exata do que foram para mim aqueles olhos de Capitu!». A despeito das aspas, cito de memória: não fui procurar no livro a citação literal. Mas o vocativo inicial é exatamente este, tenho certeza. E eu não fazia a menor idéia do que era retórica…
Fiz a digressão porque me lembrei hoje da passagem machadiana, na qual fica evidente a reconhecida incapacidade do protagonista de descrever a contento os olhos da mulher amada – razão pela qual ele pede auxílio à “Retórica dos Namorados”, assim mesmo, personificada. E me lembrei da passagem porque li a mais recente coluna d’O Domingo [esta, que vai ao lado] e me senti um pouco como Bentinho: ele, incapaz de descrever os olhos de Capitu e, eu, incapaz de expressar o propósito do artigo do pe. Libanio no semanário católico. E senti um ímpeto de gritar: “Retórica dos excomungados! Dai-me uma compreensão do que foram aquelas palavras do pe. Libanio!”. Porque, se é talvez necessário enamorar-se para entender o fascínio que provocam os olhos de ressaca de Capitu, talvez seja também necessário colocar-se sob a ótica de quem não tem Fé para que façam algum sentido as palavras do jesuíta na coluna de ontem d’O Domingo.
Porque, sinceramente, o texto me parece mal escrito, sem coesão, sem encadeamento de idéias, sem deixar claro a quê ele se propõe. Começa o jesuíta invocando uma outra “via sem Deus” [?], que “não apela à ciência, mas à mera sabedoria e experiência humanas, feitas à margem de toda tradição religiosa e de fé”. O conceito vem assim mesmo, jogado, sem dizer se isso é uma constatação, um programa a ser buscado, a expressão da própria opinião ou o que seja. Além disso, o conceito é totalmente nonsense simplesmente porque a “sabedoria e experiência humanas” estão necessariamente imbuídas de “tradição religiosa e de fé”, na absoluta totalidade dos povos e das culturas existentes. Simplesmente não existe sabedoria ou experiência humanas que tenham sido construídas “à margem” (!) de “toda” (!!) “tradição religiosa ou de fé”. Por completa impossibilidade de existência do objeto descrito no início do texto, o parágrafo não tem o menor sentido prático.
Também é impossível saber onde se encaixam, nisto, as referências ao Carpe Diem. Não fica claro por qual misterioso motivo a tal “via sem Deus” deveria se preocupar somente com o presente. Aliás, colocando as coisas sob a correta perspectiva católica, o verdadeiro carpe diem encontra-se exatamente no chamado à conversão do Evangelho: é hoje o dia que tu tens para te converteres, é hoje o tempo favorável, e portanto tu deves hoje buscar o Senhor, enquanto Ele está perto. O verdadeiro Carpe Diem se encontra na clássima imagem do santo esmagando um corvo – cras, cras – enquanto ostenta uma cruz na qual está escrito hodie. Acusar o Cristianismo de ser uma religião “do passado” é não fazer a menor idéia do que seja o Cristianismo, é não ter nunca lido uma página sequer do Evangelho, é nunca ter passado cinco minutos observando uma imagem de Santo Expedito.
Seguem-se as loas a um presente vislumbrado de uma maneira hedonista: “então nos resta somente o presente conhecido, no qual escolhemos o que nos traz felicidade”. E, embora esta visão de mundo seja contraposta a um vislumbre de absoluto – “Existem valores que não inventamos. Estão aí diante de nós: amor, beleza, justiça, convivência” -, em momento algum ela é rechaçada com a veemência que deve. Muito pelo contrário. O que o pe. Libânio parece querer fazer é sacramentar esta opção pela vida apenas no tempo presente, é legitimar o “caminho da sabedoria humana sem Deus” (título do artigo). Retórica dos desesperados, dai-me compreender os insondáveis propósitos do velho jesuíta! A conclusão do artigo parece absurda para estar presente em um semanário católico, mas está lá com todas as letras. Transcrevo:
Não se trata de nenhum “presentismo” desregrado, nem de balbúrdia existencial, mas de honestidade humana que nos traz a felicidade. Não faz falta nenhuma transcendência além da história. A civilização ocidental, ao longo do século, está a preparar tal caminho. Cabe-nos trilhá-lo.
E c’est fini. No final, não dá para saber se tal “caminho” foi inventado pelo pe. Libânio ou se ele o está tomando emprestado de outros, e – neste último caso – em momento algum aparece o menor juízo de valor do jesuíta sobre uma filosofia de vida tão estranha à Doutrina Católica. Por completa ausência de aspas indicando citações ou de qualquer exposição textual de refutações às idéias apresentadas ao longo do texto, não resta ao leitor da coluna senão considerar que, para o pe. Libanio, a transcendencia não faz mesmo falta nenhuma, que esta é a marcha inexorável da civilização diante da qual a única atitude que podemos ter é… a de acompanhá-la. Retórica dos “civilizados”, dai-me captar a lógica de certos colunistas “católicos”! Porque certos artigos estão para muito além de minha vã compreensão.
Como pode um jesuíta – logo um jesuíta! – conclamar os católicos a trilharem os caminhos ateus de uma civilização esquecida do Altíssimo? Como pode um filho de Santo Inácio capitular diante dos tolos do mundo moderno que dizem que Deus não existe e – pior ainda! – pretender que esta sua atitude covarde seja a única coisa que resta a ser feita? Como podem idéias desta jaez serem veiculadas impunemente em um folheto de ampla circulação de uma conhecida editora católica?
Parece que a Editora Paulus não está satisfeita. Mas ela não está satisfeita – pasmem! – é com os protestos descontentes dos católicos que, perplexos, ousaram cobrar explicações sobre este artigo ateu d’O Domingo. No Twitter, um amigo meu (o @tht) foi bloqueado pela @EditoraPaulus por conta das denúncias inconvenientes que teve a pachorra de fazer:
A Editora Paulus, responsável pel’O Domingo, carrega o nome do grande Apóstolo São Paulo. Exatamente o Apóstolo dos Gentios, o guerreiro da Fé responsável por levar a mensagem do Evangelho aos povos pagãos! Nos dias de hoje, São Paulo parece estar muito mal representado. O Apóstolo arrastou os povos pagãos para os pés de Nosso Senhor. É revoltante ver que, no século XXI, a Editora Paulus parece querer convencer os católicos a se trilharem os caminhos da “civilização” para a qual não faz falta nenhuma Transcendência.

fonte: Deus lo vult

domingo, 11 de setembro de 2011

Progressistas esperneiam. “Liturgia: rumo a um Jurassic Park do rito?”


Grande parte da estrutura eclesial oficial – diante de documentos “nus”, ou, em outras palavras, discutíveis do ponto de vista dos fundamentos jurídicos, da pastoral e da praticabilidade real, como o Motu Proprio Summorum Pontficum e a Instrução Universae Ecclesiae – apenas lança louvores exagerados às novas vestes.

A análise é de Andrea Grillo, professor de teologia sacramental na Faculdade de Teologia do Pontifício Ateneu Santo Anselmo, em artigo para o sítio Viandanti, 01-09-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o texto.

Na bela fábula de Chistian Andersen, A Roupa Nova do Rei, a verdade só pode srugir quando uma criança declara inocentemente: “O rei está nu”. Os muitos condicionamentos que, na fábula, impedem que os adultos “não vejam” as vestes inexistentes do rei, estão ligados ao temor de se expor, ao medo de parecer inconveniente e ao terror de não se demonstrar à altura da própria tarefa. Isso é Andersen.

A parrésia censurada

Mas o que está fazendo, hoje, grande parte da estrutura eclesial oficial diante de documentos “nus”, em outras palavras, discutíveis do ponto de vista dos fundamentos jurídicos, da pastoral e da praticabilidade real, como o Motu Proprio Summorum Pontificum e a Instrução Universae Ecclesiae?
Silêncio, elogios, palavras de ocasião e desvios genéricos são quase as únicas reações consideradas possíveis. Se um bispo se atreve a dizer a verdade ou um teólogo a pensar sobre os problemas objetivos, logo se dispara uma espécie de censura preventiva, que acusa o sujeito de “ser contra o rei”. Toda “parrésia” [dizer confiadamente coisas que parecem arriscadas] é banida quando não explicitamente censurada. E parece quase obrigatório repetir acriticamente uma série de afirmações que aparecem como profundamente dissonantes com relação à tradição litúrgica e teológica dos últimos 50 anos.

Nem detalhe, nem enfeite

Não pode haver dúvida de que a Reforma Litúrgica não queria ser um detalhe marginal ou um novo enfeite para acrescentar à história da Igreja um particular não estritamente necessário. Vice-versa, qualquer um que leia os documentos dos últimos 50 anos não custa a perceber as razões de urgência e de estratégia que correspondem à necessidade de mudar profundamente os ritos da Igreja, para assegurar à tradição a possibilidade de ainda comunicar.
Afirmar que a Reforma Litúrgica não revogou o rito de Pio V significa, ao mesmo tempo, alterar a relação com a tradição dos últimos 50 anos e introduzir na história da Igreja uma forma de “compreensão monumental” que corre o risco da completa paralisia do presente, quase por um “excesso de passado”. Para uma tal operação, era necessário empregar um suporte teórico robusto. Intuía-se, evidentemente, a fragilidade da solução proposta. E se sabia que tanto Paulo VI queria substituir o Vetus Ordo Missae pelo Novo, quanto João XXIII havia pensado o rito de 1962 como provisório, à espera do Concílio Vaticano II e da consequente Reforma Litúrgica.

O engessamento do rito

Supõe-se que é possível identificar a continuidade do rito romano com a contemporaneidade de diversas formas do mesmo rito, isto é, o rito de Pio V e o missal da Reforma conciliar; uma teoria muito arriscada e praticamente muito perigosa. O risco teórico consiste em separar o o rito romano do seu concreto devir, hipostasiando fases diferentes da história, tornando-as todas indiferentemente contemporâneas.
No plano prático, essa solução de fato supera qualquer “certeza do rito”, introduzindo um fator de grandes conflitualidade nas comunidades eclesiais individuais e impedindo aos bispos todo verdadeiro discernimento.
A lógica dos documentos – diria quase a sua gramática – tende a desmentir o seu conteúdo. De fato, se é verdade que no plano do conteúdo é reafirmado o primado do rito ordinário (de Paulo VI) com relação ao rito extraordinário (de Pio V), os documentos estão escritos nas categorias de Pio V e não nas de Paulo VI: utilizam, de fato, uma hierarquia de prioridades invertida entre “missa sem povo” e “missa com povo” que nenhum documento usa mais desse modo, de 1970 em diante.

Uma oportunidade perdida

Mas não é o suficiente. Como na fábula de Andersen, em torno do rei não estão apenas os alfaiates enganadores, mas muitos outros sujeitos que, para não parecerem estúpidos, lançam-se em louvores exagerados às novas vestes: há quem diga que o Vetus Ordo é o ideal para o diálogo ecumênico, mas, enquanto diz esse exagero, sente um forte calor avermelhar-lhe o rosto e não entende por quê; há quem diga que finalmente esses documentos atestam um verdadeiro estilo católico, do qual se esperava há muito tempo a manifestação, ou melhor, a fenomenologia, que, obviamente, a evidência da fé e a justiça de ágape já conheciam há muito tempo.
Uma boa oportunidade para se dar conta da realidade que havia: um verdadeiro balanço era concebível no final de 2010, quando todos os bispos informaram ao Vaticano o fruto dessa experiência trienal de aplicação do Motu Proprio. Foi uma oportunidade perdida, seja por uma forte resistência dos bispos, seja pela interessada desatenção de um setor radical da Cúria Romana. Brotou daí um novo documento (a Instrução Universae Ecclesiae), que é ainda pior do que o Motu Proprio. É evidente, porém, que o seu arcabouço teórico é ainda mais frágil e cheio de equívocos. Ele pode ser facilmente mal interpretado, quase como se fosse uma espécie de “revanche contra o Concílio”.

O rei está nu

Diante dessas tentativas de mistificação da tradição litúrgica, é preciso encontrar a força de dizer: “O rei está nu”. Dizer isso – com toda a sua dose de crítica aos documentos oficiais costurados por alfaiates ilusionistas – é uma possibilidade para todos os cristãos, mas é uma tarefa para aquelas crianças que, na Igreja, são chamados de “teólogos”. Infelizmente, os teólogos muitas vezes se sentem e se revelam muito adultos e têm os olhos logo prontos para ver (ou até para admirar e magnificar) vestes que não existem. Enquanto eles, por ministério, são “obrigados” a permanecer crianças de olhos vivos, para dizer a verdade, sem todas as mediações que vinculam outros ministérios a lógicas necessariamente mais complexas. A Igreja precisa dessas crianças-teólogos, para cultivar uma experiência de comunhão diferente daquela dos quartéis ou das sociedades anônimas, onde a crítica ao superior é logo entendida como prova de heterodoxia.
Enquanto a Igreja não for diferente dessas organizações, a voz das crianças será salutar. Quem poderá ter interesse em calá-las? Ou talvez se pensará nas crianças apenas para construir um enorme “Jurassic Park” ritual, onde todos – tratados como crianças – poderão “se sentir em casa” ao preço de perder todo sentido da história e da realidade?

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Primeira Diocese das Américas completa 500 anos


Na última segunda-feira, 8, a arquidiocese de Santo Domingo, na República Dominicana, concluiu as celebrações jubilares pelo aniversario de 500 anos da sua fundação, feita pelo Papa Júlio II, em 8 de agosto de 1511. Uma missa, presidida pelo arcebispo emérito de Sevilha (Espanha), cardeal Carlos Amigo Vallejo, encerrou as comemorações.

O papa Bento XVI, em mensagem enviada ao arcebispo de Santo Domingo, cardeal Nicolas de Jesus Lopez Rodriguez, expressou sua esperança, na celebração dos 500 anos de criação da primeira diocese na América, desejando que este evento “traga abundantes frutos de fé e compromisso entre sacerdotes, religiosos e leigos que, com fervor, pregam o Evangelho”.

Além da arquidiocese de Santo Domingo, com a Bula Romanus Pontifex, o papa Julio II constituiu, no mesmo período, as circunscrições eclesiásticas de La Concepcion de la Vega, na ilha de Hispaniola, e a circunscrição de San Juan, em Porto Rico.

Desde a sua fundação, em 1511, a arquidiocese de Santo Domingo teve 43 bispos, 32 dos quais foram arcebispos e dois cardeais, além de diversos funcionários e administradores apostólicos.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Padres Cantores ou simplesmente Nicolaítas ?

"MAS ISTO TENS DE BEM: DETESTAS AS OBRAS DOS NICOLAÍTAS, COMO EU AS DETESTO". - (Ap. 2,6) -

Por: Hélio de Souza


1.- A MÍDIA E A FÉ CATÓLICA:


É fato que a mídia ajuda muito na evangelização dos povos, possibilitando que um número cada vez maior de fieis tome conhecimento de tudo que acontece na Igreja Católica.


A imprensa tipográfica inventada por Johannes Gensfleish zur Laden zum Gutenberg, o rádio pelo físico Guglielmo Marconi, a televisão por John Baird, o cinema pelos Irmãos Lumière e a recente Internet, projetada inicialmente para uso militar, são extraordinários veículos de comunicação utilizados como meio de realizar a ordem dada por Jesus Cristo: "E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura". - (Mc 16,15).

A Igreja não esta alheia as vantagens advindas da comunicação globalizada, como se vê na Instrução Pastoral, “Communio Et Progressio”, do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais: “2. A Igreja encara estes meios de comunicação social como "dons de Deus", na medida em que, segundo intenção providencial, criam laços de solidariedade entre os homens, pondo-se assim ao serviço da Sua vontade salvífica.”

Entretanto, na moeda além da “cara” existe também a “coroa”.

A mesma mídia que facilita a divulgação da “Boa Nova”, (Rm 10,16), entre os povos e nações é de certa forma, também responsável pela relativização e banalização da Fé na medida em que influencia grandemente na formação do pensamento, na opinião pública, usos e costumes, nem sempre de forma positiva, com responsabilidade, discernimento e coerência.

Os benefícios dos modernos meios de comunicação aos ensinamentos da Igreja Católica são inquestionáveis, todavia, sem a graça, dom gratuito de Deus, de nada valerão.

A Igreja Católica Apostólica Romana, “Corpo Místico de Cristo”, que por Ele foi fundada, (Mt 16,18), indefectível e perene, deve atentar ao fato que os meios de comunicações são instrumentos colocados aos seus serviços e não o contrário.

O Islã ganhou o posto de “religião” com o maior número de fieis, mesmo se caracterizando pela censura aos meios de comunicações. Como isto pode acontecer?

Não seria este o momento propício para que os Senhores Bispos, revejam seus paradigmas na forma de evangelização, no trato com os fiéis, de como utilizar a mídia, voltar a pregar que a prioridade da humanidade é a salvação e não os bens terrenos, "Pois que aproveitará ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder a sua alma?" - (Mc 8,36).

O exemplo de desperdício de tempo, dinheiro e oportunidade de levar a verdadeira mensagem salvífica de Jesus Cristo é o da Igreja Peregrina do Brasil através da “Campanha da Fraternidade”, principal forma de “evangelização” utilizada pela CNBB.

Esta Campanha obsoleta é realizada na Quaresma e teve sua primeira edição em 1964 com o tema “Igreja em Renovação/ Lema: Lembre-se: você também é Igreja”, tendo se passado quarenta e quatro anos e o Brasil, que antes trazia na sua Constituição o catolicismo como a religião oficial vem a cada ano perdendo espaço às diversas seitas de cunho protestante.

Alegar: “o importante e a qualidade e não a quantidade” é leviano e não justifica a omissão de certos bispos e padres que se preocupam cada vez menos em pregar o Evangelho, (Mc 16,15), e preferem atuar como políticos de esquerda apoiando as CEB’s, MST, PT e a TL.

Para sopesarmos a importância desse método de evangelização, basta pedirmos a algum católico praticante que cite qual foi o tema de um determinado ano, ou que cite, ao menos, três temas de qualquer ano, dificilmente alguém se lembrará. Deveriam se preocupar mais com a redenção da humanidade, assim como Jesus Cristo ensinou: "Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas em acréscimo".- (Mt 6,33). É erro grave não priorizar o tempo propício de conversão da Quaresma com uma catequese sadia, que leve ao encontro de Cristo. O homem verdadeiramente convertido evitará o pecado, não será ganancioso ou egoísta, amará o próximo como a si mesmo, ajudará os mais necessitados, preservará o meio ambiente, em especial, a floresta amazônica, não por seguir doutrina marxista, mas por amor a Jesus Cristo e a sua Igreja, fora da qual ninguém se salva.

A Carta Encíclica Mortalium Animus, do Papa Pio XI, nos ensina: " Os esforços [do falso ecumenismo] não tem nenhum direito à aprovação dos católicos porque eles se apoiam sobre esta opinião errônea que todas as religiões são mais louváveis naquilo que elas revelam, e traduzem todas igualmente, se bem que de uma maneira diferente, o sentimento natural e inato que nos leva para Deus e nos inclina ao respeito diante de seu poder(...) Os infelizes infestados por esses erros sustentam que a verdade dogmática não é absoluta, mas relativa, e deve pois, se adaptar às várias exigências dos tempos e lugares às diversas necessidades das almas". (...) "Os artesãos dessas empresas não cessam de citar ao infinito a Palavra de Cristo: ‘Que todos sejam um. Haverá um só rebanho e um só pastor’(Jo XVII,21; X,16), e eles repetem esses texto como um desejo e um voto de Cristo que ainda não teria sido realizado. Eles pensam que a unidade da fé e de governo, característica da verdadeira e única Igreja de Cristo, quase nunca existiu no passado e que não existe hoje... Eles afirmam que todas ( as igrejas) gozam dos mesmos direitos; que a Igreja só foi Una e Única, no máximo da época apostólica até os primeiros Concílios Ecumênicos(...). Tal é a situação. É claro, portanto, que a Sé Apostólica não pode por nenhum preço tomar parte em seus congressos, e que não é permitido, por nenhum preço, aos católicos aderir a semelhantes empreendimentos ou contribuir para eles; se eles o fizerem dariam autoridade a uma falsa religião cristã completamente estranha à única Igreja de Cristo".

Insta ressaltar o dogma de fé: “fora da Igreja não há salvação" - (Concílio IV de Latrão, de 11 a 30 de novembro de 1215, convocado pelo Papa Inocêncio III (1198 - 1216)).

Ensina o Apóstolo combatente: "Repito aqui o que acabamos de dizer: se alguém pregar doutrina diferente da que recebestes, seja ele excomungado! É, porventura, o favor dos homens que eu procuro, ou o de Deus? Por acaso tenho interesse em agradar aos homens? Se quisesse ainda agradar aos homens, não seria servo de Cristo".-Gl.1,9 –10.

Imbuído nesse espírito é que a CNBB deveria nortear seus ensinamentos, suas Campanhas e os padres, seus sermões, suas ações, orações, seus exemplos e seu sacerdócio.

Diferentemente, alguns padres propagam o falso ecumenismo com suas doutrinas heterodoxas em prejuízo do que a Igreja sempre defendeu como sendo Verdade pura e imutável.

Os Católicos, em sua grande maioria, não conseguem defender a fé católica, não por que já não a amam, mas por desconhecimento, por falta de quem lhes ensine a Verdade. O relativismo religioso, a imprudência e a insensatez imperam em muitos seminários e, como não poderia deixar de ser, atingem seu ápice nos púlpitos com “sermões” de cunho socialista.

Já não é seguro matricular nossos filhos nos cursos de formação ministrados por diversas Paróquias, correm o risco de entrarem católicos e saírem protestantes. Os catequistas doutrinados, em boa parte, por adeptos da moribunda “Teologia da Libertação”, se preocupam mais com o homem material que o espiritual, com o corpo mais que a alma, ignoram o ensino bimilenar da Igreja, deixam à margem a Sã Doutrina e partem em busca de perigosas novidades.

Na consagração, quando ocorre à transubstanciação, muitos católicos já não se ajoelham, menosprezam o Sagrado Direito de Nosso Senhor Jesus Cristo, garantido por seu Pai, desde o início dos tempos: “8. E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz. 9. Por isso Deus o exaltou soberanamente e lhe outorgou o nome que está acima de todos os nomes,10. para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra e nos infernos.11. E toda língua confesse, para a glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é Senhor. 12. Assim, meus caríssimos, vós que sempre fostes obedientes, trabalhai na vossa salvação com temor e tremor, não só como quando eu estava entre vós, mas muito mais agora na minha ausência. 13. Porque é Deus quem, segundo o seu beneplácito, realiza em vós o querer e o executar. 14. Fazei todas as coisas sem murmurações nem críticas,15. a fim de serdes irrepreensíveis e inocentes, filhos de Deus íntegros no meio de uma sociedade depravada e maliciosa, onde brilhais como luzeiros no mundo,16. a ostentar a palavra da vida.” - (Fl.2); - * - * - “22. ...A verdade sai de minha boca, minha palavra jamais será revogada: todo joelho deve dobrar-se diante de mim, toda língua deve jurar por mim,24. dizendo: É só no Senhor que se encontra a vitória e a força. A ele virão envergonhados todos aqueles que se tinham levantado contra ele; 25. mas toda a raça de Israel achará no Senhor o triunfo e a glória.” - (Isaías 45:23-24).


2.- PADRES CANTORES OU SIMPLESMENTE NICOLAITAS?


O insigne Doutor da Igreja, São Jerônimo, já dizia: "Procurando na História quais os homens que têm difundido na Igreja o veneno das heresias, não encontrei outros senão os padres".


Quantos sacerdotes se apresentam em programas de televisão, travestidos de leigos, usando maquiagem e roupas de grifes, ao lado de mulheres escandalosas e seminuas, onde não raramente são ridicularizados, pactuando com apresentadores ferrenhos defensores do homossexualismo, promiscuidade, aborto, eutanásia, com o uso de células troncos embrionárias, inimigo das virtudes, amigo dos vícios e obstinados adversários da Fé Católica, etc.!

Nessas tertúlias assistem tudo calados ou então, o que é pior, em busca de popularidade, apóiam opiniões e comentários desairosos, fitando garantir aplausos e a efêmera permanência na mídia, são ridículos, irresponsáveis e indiferentes “padres-galãs” que pagam qualquer preço pelo sucesso de que são escravos. Trocam a fé pela fama, são falsos profetas que não anunciam e nem denunciam. Chegam ao ponto de deixar de citar, em seus livros, sua condição de padre, que deveria ser objeto de maior orgulho, sob a alegação de que esse título prejudica sua vendagem. Nesse viés, ainda reclamam da falta de vocações sacerdotais e religiosas! Agindo assim, suas obras não são exatamente iguais aos dos NICOLAÍTAS?


Etimologicamente NICOLAÍTA vem do grego é compõe-se de duas palavras: “Nikao”: “Conquistar” e “Laos”: “Povo Comum”. Assim, NICOLAÍTAS significa: “Aquele que conquista ou domina o povo comum ou leigo” – “Conquistadores de leigos”.

O Padre não pode agir assim, transigir com o erro, deve se atentar para que a evangelização esteja em conformidade com a orientação do Magistério da Igreja. Até que momento os “padres cantores” são padres e quando começam a ser artistas? O povo tem livre acesso aos sacerdotes/artistas/galãs? E, se os procuram recebem orientações são catequizados ou apenas pousam para fotografias e recebem autógrafos nos CDs, DVDs, livros ou pôsteres?

O cotidiano desses padres galãs/exibicionistas é o mesmo dos demais sacerdotes “comuns” da Diocese a que fazem parte? O que pensam esses galãs do culto de veneração aos Ícones Sagrados, da Missa Tridentina e da Tradição da Igreja? A Igreja Católica Apostólica Romana, Corpo Místico de Cristo, realmente precisa dos “padres cantores”, com suas mensagens pobres de ortodoxia e abundantes em obscurantismo, abusos e imprudência?

Daí vem outra pergunta que não quer calar: O Patrono dos Párocos, São João Maria Batista Vianney - Santo Cura d’Ars, tinha contrato exclusivo com qual gravadora, qual era o preço dos ingressos de acesso aos seus shows e show-missas? Ora, não foi para assistir a esses shows que milhares o visitavam todos os anos. Quando queriam encontrá-lo dirigiam-se à Igreja, Missas e confessionário, nunca aos palcos de “show de missas-tecno rock”.

Os tempos são outros? Não! Ainda existem sacerdotes comprometidos e coerentes com a Sagrada Escritura, Sagrada Tradição, Sagrada Doutrina e com o Sagrado Magistério da Igreja. Um exemplo? Monsenhor Enoque Donizetti de Oliveira, pároco da Paróquia de São João Batista, no município de Arceburgo, diocese de Guaxupé, MG, não é um Padre Cantor ou galã, mas da um verdadeiro show de ortodoxia católica, serve de arquétipo àqueles sacerdotes, que pretendem atuar em consonância com o Verdadeiro Catolicismo.

A Igreja Católica Apostólica Romana, começou ao “pé do ouvido”, nas catacumbas, até pouco tempo atrás, antes do rádio, televisão e internet ela era amada por todos.

Os meios modernos de comunicação são importantes, mas, não podemos achar que seja a única forma e solução para evangelização de um mundo globalizado. A solução está na Verdade revelada! Não são as redes de televisões, estações de rádios, jornais, livros, revistas e internet que atraem o povo a Jesus Cristo e a sua única religião, que é a Igreja Católica. Quem o atrai é Ele próprio: "E quando eu for levantado da terra, atrairei todos os homens a mim". (Jo 12,32). Atrair os homens é função indelegável de Nosso Senhor Jesus Cristo, nossos Bispos e Padres não devem utilizar de qualquer meio heterodoxo para chegar até seus fieis, como fazem os protestantes, devem se comprometer com a defensa da Verdade imutável.

Os Bispos e Padres precisam acautelar-se, não agir impulsivamente, obedecendo à perenidade do modismo que, por ser passageiro muda a cada dia. O povo almeja o Reino de Deus, (Mt 6,33), tem sede de Deus e deve ser no manancial límpido, inodoro e potável da Igreja Católica o local em que conseguirá saciar sua sede nesta fonte de “Água viva” - (Jo 4-10)!

É imperativo formar padres comprometidos com salvação das almas, que saibam tratar os fiéis como filhos, padre é sinônimo de pai, não apenas como “fãs”. Agir como pastores e não como um ídolos, buscando por popularidade, aplausos, fama e fortuna. O galã (Padre Cantor) hoje faz sucesso, vende milhões de cópias de CDs, DVDs, milhares de livros, de conteúdo duvidoso, frequenta programas de televisão, reportagens em jornais e revistas, realiza shows, show-missas, mas amanhã, quando o sucesso findar, serão substituídos e esquecidos pela mídia. Esquece que ao abraçar o sacerdócio, se comprometeu em dedicar toda sua vida a serviço de Jesus Cristo e sua Igreja. Existem galãs sem paróquias, gastam todo o seu tempo com shows, entrevistas, autógrafos, com sua legião de fãs, com seu próprio ego. Esses pseudo-artistas não têm tempo para celebrar o “Sacramento da Eucaristia”, transubstanciar o pão e o vinho no Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, (Mt 26,26-28), honra que os Veneráveis Serafins não têm, “Nem a Santíssima Virgem pode fazer o que pode um sacerdote.”-(Hugo Wast). No entanto, prudentemente, Nosso Salvador nos adverte: "Mas, quando vier o Filho do Homem, acaso achará fé sobre a terra?" - (Lc 18,8).


3.- MÍDIA, FÉ CATÓLICA, “PADRES CANTORES” E OS LEIGOS.


Totalmente perdidos, entre a mídia e os “Padres Cantores” se encontra o “Povo de Deus”-(1Pd 2,10), sem desiderato, sedento de Cristo, abandonado e entregue à sua própria sorte. Alguém pode discordar dessa afirmativa, afinal de contas, os shows e shows-missas estão repletos... de fãs... não de católicos comprometidos. Os que por lá se aglomeram buscam pelo artista e suas “canções novas”, mas vazias de conteúdo, não estão no local para ouvir a “Boa Nova”, (Rm 10,16), se confessarem, o que é impossível. Naquela Babel, quem está preocupado com a Verdade absoluta e imutável, em carregar sua cruz, em ser Católico e discípulo de Cristo?Não questionamos a importância do leigo na evangelização, longe disso, onde o Padre não puder se fazer presente este deverá suprir sua ausência, mas comedidamente, sem ter a pretensão de substituí-lo. Todavia, em algumas paróquias, por comporem o círculo de amizade do Padre, estes recebem atribuições de tal sorte que se arrogam de direitos que não possuem. Com a clericalização dos leigos e laicização dos padres, apropriam-se de funções reservadas aos Ordenados. Esses “escolhidos”, despreparados, presunçosos, incautos e sem limites, na ânsia de demonstrar seu poder, metem os pés pelas mãos. A ocasião propícia para evidenciarem esse “poder”, sua auto-afirmação, é durante a Celebração Eucarística quando desvirtuam a liturgia e desfiguram o “Sacrifício incruento do calvário” o tornando irreconhecível e inominável.


A Igreja promulgou diversos documentos tratando da importância dos leigos, mas não podemos olvidar que o sacerdócio é atribuição do padre! - "Ninguém se apropria desta honra, senão somente aquele que é chamado por Deus, como Aarão". - (Hb 5,4).


Um dia, não muito distante, quem sabe, esses galãs se livrem do deslumbre dos holofotes da fama, que os cegam, e recobrem a consciência da grandiosidade de sua missão para a conversão da humanidade ao REINO DE DEUS, e se tornem autênticos SACERDOTES.

Carimastimo: protestante e superemotivo

1 – O atual Carimastimo protestante e superemotivo das seitas teve sua origem, no começo do século passado, nos Estados Unidos. Uma estudante protestante afirmou ter sentido, de repente, uma sensação de paz e de gozo, e começou a falar, como disse, em “línguas desconhecidas”. Ela atribuiu esses fenômenos a Cristo. Passados alguns dias, em toda a comunidade se davam as mesmas manifestações que foram interpretadas como sendo um“batismo no Espírito”. Assim nascia o movimento pentecostal, cuja característica é pretender provocar artificialmente, em clima superemotivo, os carismas extraordinários concedidos pelo Espírito Santo aos Apóstolos no dia de Pentecostes.
2 – Esta atitude já estava implícita na “fé-sentimento-de-confiança”, de Lutero, com seu descaso inato pela precisão doutrinária das verdades a crer que são de natureza radicalmente racionais (Cf. Fol. Cat., n° 15). São reveladas por Deus e propostas pela Igreja à nossa fé como necessárias de se crer para a salvação. Devemos, pois, prestar-lhes um assentimento da mente. Não pode resvalar para um exacerbado sentimento religioso, como acontece no carismatismo das seitas.
3 – “Pentecostes” é palavra de origem grega que significa“quinquagésimo dia”, porque foi 50 dias após a sua Ressurreição que Jesus enviou o Espírito Santo sobre os Apóstolos, como lhes havia prometido. Para isso, ao subir ao Céu, ordenou-lhes que permanecessem reunidos na cidade, pois “sereis, disse-lhes,batizados no Espírito Santo daqui a poucos dias.” (Atos 1, 4-5)“Batizados” aqui, significa, “inundados”“cheios”. Não é, pois, um outro batismo diverso do Sacramento do Batismo, mas a graça especial da vinda do Espírito Santo, com a abundância de seus dons extraordinários, com seus efeitos tanto interiores, como exteriores visando a edificação da Igreja.
4 – A abundância de dons extraordinários do dia de Pentecostes visava, pois, socorrer a Igreja, sobretudo nos seus difíceis começos em que devia aplicar-se a converter judeus endurecidos e pagãos idólatras. Eram dons da ordem dos carismas, os quais – quando verdadeiros – não se destinam diretamente ao bem da pessoa que os recebe, mas ao da comunidade dos fiéis.
Para o bem pessoal da santificação e salvação de cada fiel em particular, Jesus já havia instituído na sua Igreja os S. Sacramentos como canais ou meios normais e permanentes de comunicação da graça e dos dons divinos.
5 – São Paulo encontrou em certas comunidades uma prática especial, chamada “glossolália”, ou “fala em línguas estranhas” – não confundir com o “dom das línguas” do dia de Pentecostes (At. 2,4) – e procurou  regular o seu exercício, cercando-o de precauções para que não se transformasse em descontrolada explosão do sentimento religioso. Para isso exigiu necessariamente um intérprete (1 Cor. 14, 27). Trata-se de alguém com o encargo de vigilante da fé, pois, São Paulo submete também à vigilância da autoridade o exercício dos carismas proféticos (1 Cor. 14, 37). A “glossolália” teve duração transitória. Não ultrapassou à Igreja primitiva e desapareceu cedo.
6 – O atual Carismatismo das seitas, em seu livre curso, expõe os fiéis a serem iludidos com a esperança de estarem recebendo graças especiais, quando se trata freqüentemente de manifestações naturais do sentimento religioso. Além disso, o demônio pode servir-se desses estados de superexaltação para produzir certos fenômenos extraordinários com aparência de carismas, para enganar e perder a muitos.
7 – Eis o que, nesse sentido, nos ensina o grande doutor da Igreja,São Francisco de Sales (Trat. do Amor de Deus, t.2, c. IV):
“Tem-se visto em nossa época, muitas pessoas que crêem que foram muito freqüentemente raptadas em êxtases; e ao cabo, descobria-se que o fato não passava de ilusões diabólicas. Assim, certo sacerdote, no tempo de Santo Agostinho, punha-se em êxtase sempre que queria, cantando ou fazendo cantar uma ária lúgubre; (…). O admirável é que seu êxtase ia tão longe, que não sentia o fogo que se lhe aplicava, a não ser depois de ter voltado a si…, e ficava sem respirar”. E o santo adverte-nos ainda que o maligno pode transformar-se em espírito de luz, operar êxtases e outras coisas extraordinárias para confundir e perder as almas.
São João da Cruz afirma: “Quando a alma procura estas comunicações carismáticas, abre a porta ao demônio”.
8 – O Carismatismo das seitas repete ainda o erro de Lutero que pretendeu uma comunicação do Espírito Santo e da graça divina, por meios livres, que não os Santos Sacramentos estabelecidos para esse fim específico por Nosso Senhor. Daí ter Lutero supresso quase todos os Santos Sacramentos. E nos meios católicos influenciados pelo carismatismo protestante, em geral, nota-se um certo descaso para com a admirável obra sacramentária de Nosso Senhor.
Ouve-se dizer que católicos estão imitando o carismatismo superemotivo protestante. Para eles vale o que foi dito. Seria o caso de dizer-lhes com São Paulo “Não tentemos o Espírito Santo”com posturas emotivas estranhas, a ver se Ele produz em nós algum efeito extraordinário; nem “O injuriemos” atribuindo-Lhe tantas coisas estranhas!
9 – No entanto, a prática constante da Igreja vê na administração correta dos Santos Sacramentos, efeitos autenticamente carismáticos de transformação espiritual. Podemos dizer que Jesus instituiu aí um verdadeiro “Carismatismo Católico”: “Quem não renascer pela água e pelo Espírito Santo, não entrará no Reino dos Céus” (Jo 3, 5). “Ide… e pregai o Evangelho a toda criatura, ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinai-as a observar tudo o que vos mandei”;“quem crer e for batizado será salvo, quem não crer será condenado.” (Mt 25, 19-20; Mc 16, 15-16)
10 – De fato, a comunicação normal da alma com o Espírito Santo se faz pela graça do Sacramento do Batismo que a transforma em templo da Santíssima Trindade. Por isso, já em Pentecostes, o que os Apóstolos, cheios do Espírito Santo, julgavam mais necessário fazer para cumprir a ordem do Divino Mestre, foi batizaros primeiros convertidos (At 2, 38).
11 – Mas, também os outros Sacramentos, embora de modo diverso, operam no sentido de garantir a permanência do Espírito Santo, do Pai e o Filho, na alma do fiel, ou no sentido de recuperar nela a sua habitação, quando vier perder essa divina habitação pelo pecado grave.
12 – Para os católicos que crêem no valor divino dos Santos Sacramentos e da admirável Ação do Espírito Santo em nossas almas através deles, e para outros de boa vontade, eis aqui uma bela página de verdadeira renovação carismática:
“O que fizeram os Apóstolos antes de tudo, senão batizar? Eles comunicaram o Espírito Santo a todos os que tinham fé, a todos os que criam em Nosso Senhor Jesus Cristo.
É assim que a Igreja, sob a influência de Cristo, sempre comunica o Espírito Santo. Todos nós O recebemos em nosso Batismo. [E se não O perdemos pelo pecado mortal, Ele continua a operar em nós através de seus dons e frutos as maravilhas de suas dádivas]. Devemos meditar com mais atenção a grande realidade de nosso Batismo que nos tornou templos de Deus e moradas do Espírito Santo. A recepção desse Sacramento opera nas almas uma grande transformação de ordem sobrenatural.
Os outros Sacramentos vêm completar esta efusão do seu Espírito Santo, operada em nosso Batismo. Assim, o Sacramento da Confirmação nos comunica também, com uma maior profusão, os dons do Espírito Santo, pois temos necessidade deles para alimentar e bem exercer a nossa vida espiritual e cristã.
Mas não é tudo. Com efeito, Nosso Senhor quis que dois Sacramentos, em particular, intensifiquem em nós a comunicação do seu Espírito com a efusão de seus dons, de forma freqüente. São os Sacramentos da Penitência e da Eucaristia. A Penitênciareforça a graça que recebemos em nosso Batismo e purifica nossa alma de seus pecados. Pois não podemos pensar em receber abundantes graças do Espírito Santo, se O estamos contristando pelo pecado. Este Sacramento restitui, pois, a força do Espírito Santo e o poder da graça.
E que direi do Sacramento da Eucaristia que nos é dado pela celebração do Santo Sacrifício da Missa, que renova a oblação sacrifical de Cristo, e nos aplica os frutos da Redenção? (…) Na Eucaristia recebemos ao mesmo tempo a santificação de nossas almas, que nos afasta do pecado, e a união com N. S. Jesus Cristo, bem como a força do Espírito Santo.
Os Sacramentos do Matrimônio e da Ordem santificam a sociedade. O primeiro, santifica as famílias. O segundo, a Ordem é verdadeiro carisma. É concedido para comunicar precisamente o Espírito Santo a todas as famílias cristãs, a todas as almas.
Por fim, o Sacramento da Extrema-Unção nos prepara para receber a verdadeira, plena e definitiva efusão do Espírito Santo, quando receberemos a nossa recompensa no Céu.” (Renovation Carismática – fev/1998 – D. Marcel Lefebvre)
13 – Portanto, supliquemos todos os dias as luzes e a força do Espírito Santo, e os seus outros dons divinos, para que Ele nos ilumine e nos fortaleça todos os dias e momentos de nossa vida, nos santifique e salve. Enfim, para que o Divino Espírito exerça em nossas almas seus verdadeiros carismas santificadores, sobretudo através dos seus Santos Sacramentos.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A Missa não pode se converter em um espetáculo, adverte Cardeal



O Arcebispo de Caracas (Venezuela), Cardeal Jorge Urosa Savino, exortou os sacerdotes a cultivarem o amor à Eucaristia e a respeitar "a estrutura e a natureza da  Missa: não podemos mudá-la ao nosso arbítrio; não podemos inventar as orações; não podemos banalizá-la com superficialidade e convertê-la em um espetáculo".

O Cardeal fez este chamado durante uma ordenação sacerdotal celebrada neste 30 de julho na Catedral Metropolitana.

"A Eucaristia é o maior tesouro da Igreja, pois neste sacramento admirável está contido não simplesmente a graça de Deus, mas o próprio autor da graça", disse o Cardeal, e indicou aos ordenandos que estão chamados a fazer presente a Cristo mediante a proclamação da palavra, a celebração da Eucaristia e o serviço como bom pastor.

"Sim, meus queridos irmãos: como Igreja, corpo vivo de Cristo na história, estamos chamados a fazer presente a Cristo no mundo", acrescentou.

Do mesmo modo, recordou que o sacerdote, ao "atuar na pessoa de Cristo para a salvação das almas (…), é o único que pode presidir a Eucaristia. Daí vem a frase eclesiástica tão conhecida: ‘sem sacerdócio não há eucaristia’".

O Cardeal Urosa indicou que isto "leva também a considerar a santidade a que está chamado o presbítero", e a não conformar-se "com uma vida espiritual medíocre, morna; está chamado a ir pelo caminho de Cristo, a viver suas palavras a fundo".

"Queridos ordenandos, e queridos irmãos sacerdotes: de maneira particular quero convidá-los a ser fiéis em sua consagração a servir ao Senhor para sempre no celibato", acrescentou.

Finalmente, o Cardeal reiterou seu chamado para que se aprecie "altamente a Cristo sacramentado presente em nosso sacrários, e lhe rendamos a homenagem de nossa adoração: com o esplendor do sacrário, com os gestos históricos, tradicionais da adoração: a genuflexão, a oração de joelhos ante o Santíssimo, e o culto cada vez mais esplendoroso a esse augusto sacramento".

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Lamentável uso de ritmos mundanos em músicas 'religiosas'

Por: Amigos do Exército Católico
Pretender atrair pessoas para Deus usando meios errados é querer um fim bom, usando meios maus.
Nem toda ferramenta pode ser usada para fazer verdadeiro apostolado. Não se pode usar um meio imoral, para alcançar um bem. Não adianta colocar letras românticas num "rock cristão", pois isto gerará uma fé emocional, uma fé que pensa com o coração, uma fé que "pensa sem pensar", uma fé que "se deixa levar pelo momento" compreendendo a Deus como um ser romântico, um ser sentimentalista que fala por meio de canções de amor. Não adianta colocar uma letra religiosa num rock, isso é o mesmo que colar um santinho num vidro de veneno. Quem tomar aquele liquido morrerá, apesar de, no vidro, haver um santinho colado, como rótulo.
O "rock cristão" apenas serve para perder as almas que não buscam entender a racionalidade da fé, mas preferindo uma fé emocional.

Ai de vós que chamais o doce de amargo, e o amargo de doce. Ái de vós que chamais o mal de bem, e o bem de mal. (Is, 5, 20)